meus olhos, secos de lágrimas,
inventam novos discursos.
desses, conheço-os: muitos de sempre;
mentiras, verdades, misturados.
enganando o que se é.
às vezes, nada acontece.
é só o que se quer ver.
entender talvez não seja uma boa opção.
algumas outras isolar-se é o que há.
nada além de um ir pra dentro
num dentro que não tem fundo.
fica-se viajando, tentando ver paredes,
corações, olhos, sintonias, e nada.
também tenta-se ver mãos, sons, cabeças,
corpos, desejos, e, de nada, novo.
uma semi-loucura, que gela muito,
extremidades.
aquele conhecido desejo dos tempos umbrais:
sumir.
o erro aparece como a máscara que desagrega.
de mim aos outros. de mim a mim.
o corpo fractal, que se despedaça e vai se deixando pelos cantos,
deixando rastros.
o corpo fractal, que se repete como antigamente, mas de forma diferente.
algumas coisas, dizem, que se aprendem.
mesmos essas coisas eu questiono:
como saber aonde começa uma coisa?
e como saber aonde essa coisa terminou?
a música, ela sim, primavera que bate dentro,
transporta-me para fora.
como ser essa coisa que sei que sou?
e como ser essa coisa que sei que não sou?
uma metade, duas metades.
mas continua sendo...
pedra arrebatada num dia chamado quatro do um do dois mil e sete.
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