quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

conversa

Con.versa
(ão)
(1)
()
.


(Como é possível uma conversa consigo mesmo fora da linguagem?)


O que sinto, EU EM MIM?
Quem são essas pessoas que me olham ao redor?
O QUE SENTEM, eu nelas?


(e a construção vai se construindo na possibilidade de pensar como descrever os pensamentos da personagem a partir da desconstrução da linguagem)

(ao mesmo tempo dentro e fora dela, de si e da linguagem)


O que [vem] a mim que não vai [vem] a ti?


(a personagem pergunta frequentemente sobre o outro como se referisse a si mesma)

(a linguagem expressa o conceito de subjetividade como o de subjetivação)


O que podemos fazer agora é dar-nos o melhor.

(ao menos ela sabe se é mulher ou homem)

Em nada me impeço de termos aventuras exóticas com outros limites de pensamentos.

Os que chamam corpos de corpos são os que dizem que ditam as coisas como elas são. Elas já foram. Não são mais e são muito mais. Há as possibilidades de ver mais e menos. O que nos espera de si o outro?


Clamo a isso: pergunta.
Chamo a isso: chama.
Visão como ama.
Enquanto vamos sou andando.
E beijo-nos, aquilo que é beijo:

aproximação/contato/toque/sabor/carícia:

BEIJO.


(a personagem sente que não existe distinção
entre o que ela pensa e o que ela faz
e o que ela é e o que ela não é)

(ela pensa: será que é isso?)



O “EU” existe?
Em quais momentos, desejos (?),
fronteiras...
como se passa tudo?
Como se dá tudo?
O que “EU” digo-nos é capaz de ter-nos tanta força e tantas
questões?



SOU (bjetivas) = SOU: Objetivas Subjetivas:
subjetivação.
Subjetivos Objetivos.
Sujeito. SU-Jeito. SOU.


(a personagem pensa: sou a. sou sujeita a falar fora de mim, em mim)

Observando-nos saia, tem sido
pênis/cu+buceta+escroto/vagina+ânus+pau=adoro.

(.a.do.rar. 1. render culto a divindade. 2. amar extremosamente. 3. venerar a si mesmo. 4. esta página. 5. amar-se mutuamente ao extremo.)

Ele chegou, para dentro de mim.
Despertou todo ao amor. Salivou-nos.
Parei e saí do ar. Para a terra.
Fui ouvir Smiths como se ouve cítara:
hipnotizei.


(mais uma vez a personagem se enxerga hipnotizada, em transe)

HOJE EU ACORDEI.
Mas mais de dois dias.
Perguntei:


(a personagem foi ouvir passive agressive)

Nada.
Buana, Havana, buenos sueños.
Não deixemos que nada interfira.
Deixa o rock tocar: ele pára. Diz que sim. Vira. Se volta.
Distorce as guitarras. Nos amamos nós.


(para isso serve a língua portuguesa com totais pitadas de pimenta, sal, cravo, Brasil)


Saio de si. Saímos de ti, vivemos in nosotros.
Esta subalteridade, subatividade, subatomicidade, subcomicidade, subbrasilidade, suburbano, subsexualidade, subway, subbanalidade, submatriarcalidade, subsobre, subsob, subsolo, subdesenvolvido


(surpreendido)


, subafeto, subalterno, subelimino, submisso, submundo, subversão, subanal; sub.

(cutâneo)

Ele olha pára mim. Nos não entende: pergunta: o que leio.

De novo não senti o que nos escreve. Novamente senti negando o que me inscreve:
algo como:
negação. Não.
É a palavra que nega.
Recusa-nos de exprimir com tantas certezas.
Não: revela rastros mais rastros do talvez: binário andrógino:
terceiro.


(sentiu, a personagem, se é que ela sente como sua sensação – e não apenas sujeição – algo que possui as possibilidades de converter o paradoxo em antagônico)

Anti/corpo.

(outra que seja intimamente relacionada a esta)

Anti/outro.

(outro intimamente relacionado)

Ela mesma.
Esperma-nos abençoada.
Espera-me avançada.
Anti/nada: nos ares tudo.
E respiro-nos profundo: sem conhecer.



(a personagem se apreende sem querer: declina-se ao fugaz e ao presente e ao instante e ao momento e ao)

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