de serpentes laboriosas
passei muitas fases perguntando
a mesma coisa: vou?
pele de tecidos e toques
de coelhos harmoniosos
pensei em algumas velhas
questões de sempre: sou?
respiração sentida de sentidos
transtornos amorosos
parei vezes e meses tentando
saber a escolha: vôo?
paixão transcendida de fortes
cachorros de pêlos mágicos
pulsei primaveris épocas
escutando ecos: ressôo?
trago intenso gofos
de necessidades mal desejadas
esqueci horas vividas
de sexos superficiais: nojo?
abismo o gozo de leituras
de gaivotas transparentes
onde em dias de sol
recitava ao vento: amo?
olhos pela alma e cabelos
de chaves tortas e trotas
tantrei dicionários em mim
a revelar noites: urjo?
sensível aos sons do norte
ela de esqueletos profundos
prosopopéia-me a regenerar
órgãos todos: vivo?
coxas de pés e costas
animais amantes e sades
abro a porta e fecho
a antiga fechadura: vejo?
beijos fontes e talvez dores
castores de casas e troncos
quase enxergo o que
se mostrava escondida: dura?
espasmos infantes de computadores
de lagartos de arquipélagos
dentro de si larva suave
e o andar dormente: teme?
bate um tim bum tim bum
que me leva a escrever formas
e quando anseio poder
fico no instante: tento?
pedra após algumas chegadas em Salvador... algo final de 2005
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