terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

manifesto contra os desejos capitalistas

Você, que se esforça para ter um corpo esculpido como as estátuas gregas. Você, que acha lindo os homens de estereótipo macho, agressivo, jovem, perfumado e perfeito, e que ama o estereótipo branco, olhos claros e loiro... saiba, você não tem desejos próprios. Você é um boneco manipulado dos desejos capitalistas. Nós não desejamos vocês! Temos asco de sua presença! O armário só existe para vocês. Nós nunca soubemos o que é estar dentro do armário. Sempre estivemos fora dessas criações capitalistas e eurocêntricas de sobrevivência. Nós somos a guerrilha encarnada. Somos aquelxs que não temos medo, porque o medo também é uma criação capitalista. Somos aquelxs que não se denominam „ser humano“, porque esse termo é muito limitado e conformado para o que somos. Nós não buscamos a felicidade e tampouco somos depressivxs. Tudo isso também é criação capitalista de controle dos desejos. Nós temos todas essas informações, e explodimos com todas elas. Somos a urgência de conexão e quanto mais urgente, mais profundo é nossa conexão. Não somos a raiva encarnada, porque quando surgimos, isso não existia. Não somos nada do que você nos denomina, porque essas denominações fazem parte de um sistema o qual não fazemos parte. Podemos aparentar fazer parte, mas só externamente. Nossa imaginação e desejos são livres e anteriores. Nós somos muito antigxs, por isso mesmo, tão resistentes e atacadxs. Vocês pensam que somos sempre cooptadxs, mas vocês não entendem que a nossa estratégia é mais fatal que a sua. Atuamos de forma invisível. No campo em que trabalhamos, o seu sistema não consegue ver. O que fazemos é profundo e não há volta. Somos „invisíveis“ para o seu sistema, porque não deveria existir nada além da binaridade. Mas nos hipervisibilizamos para que sejas incomodado. Nós passamos, te enfrentamos, e ao final rimos de seu sistema falido. Não choramos, mas nos transbordamos de emoções. Quando um de nós é feridx, todos nós sentimos. Mas isso apenas fortalece o nosso trabalho, o de modificá-los. Essa é a única forma que pensas que nos modifica. Quanto mais nos violentam, mais de nós surge, porque atuamos em conexão, e vocês, em solidão. Você que se faz de contemporâneo, entendedor e compreensivo, nós sabemos que você atua na superficialidade. Pode estar entre nós, mas não é um de nós. Sua raiva é por sua limitação. Você não pode ver. E, se pudesse, seria um de nós. Nós nos reconhecemos quando nos encontramos e você nos desconhece quando nos vê. É tudo muito simples, mas você jamais entenderá. Em 3.2.14